Trabalhar com bicicleta é literalmente trabalhar com aquilo que mais gosto. Não são poucas as vezes em que minha esposa briga comigo, por chegar tarde demais do trabalho. Um dos mais recorrentes motivos é terminar o dia de “lavoro” para bicicletas/peças de clientes e se divertir com as minhas próprias bicicletas.
No caso desse post, a bicicleta que vou falar a respeito é a Aquilon, que foi um presente que ganhei da minha esposa no meu aniversário de 28 anos e trazida de Portugal na muamba pelo Pedro Sant’Ana (S’A Bicicletas) e por alguns motivos, acabou sendo totalmente reconfigurada. ENTÃO, SENTA QUE LÁ VEM TEXTÃO!
Fique de olho na black friday SRD
A FRANCESINHA MOSCA BRANCA – Não encontrei muita coisa a respeito da marca AQUILON na internet. Uma ou outra bike urbana dos anos 70 e o exemplar que tinha em mãos. Ela era montada com kit freios Mafac racer, Pedivela Stronglight de três pontas, marchas simplex, rodas tubulares Mavic e frameset feito com tubos Reynolds 531.

A DECADÊNCIA DA COITADA – Ela foi desmantelada conforme o uso. Quando comecei a mexer nela, me dei conta que não sirvo pra ter bicicleta “placa preta”. Eu queria usar – e usei muito na configuração original – até começar os problemas de pedalar uma bicicleta antiga:
- Pneu tubular estava um lixo (um novo é uma fortuna), então troquei os aros para clincher. Ao menos, era Mavic também.
- Selim, apesar de lindo, era desconfortável – e sou dono de uma marca de selim, logo foi substituído por um SRD Offwhite.
- Pedal quebrou e era padrão rosca francesa: não pensei duas vezes em mandar refazer a rosca para o padrão inglês.
Depois dessas primeiras modificações, usei ela bastante no dia a dia, tanto pra commuter quanto pra treino. Mas é claro que ela não ia aguentar o tranco. Movimento central começou a afrouxar direto (maldita rosca francesa) entre outros pequenos reparos, mas não tinha problema, eu arrumava. Mas até que em um belo pedal de sábado, eu fui na Zona Leste com o Daniel (Studio Vila) e no meio do caminho, fui atropelado 😥 não foi coisa séria, mas ela virou um caranguejo. Aí foi quando descaracterizei ela por completo.
Fique de olho na black friday SRD
Tentei alinhar por conta o garfo, mas sem sucesso. Mas todo o grupo antigo saiu e coloquei um setup completo de outra bicicleta que tinha e o quadro tinha ido pro saco (cupim de aço feelings). Aí ela ficou como na foto acima: grupo shimano Sora 3500 3x9v, rodas mavic a119 com cubos shimano (dianteiro dínamo), mesa Nitto technomic e troquei o forro do selim por verde.
Rodei um bocado assim, mas era soltar a mão e ela começar a virar sozinha – e isso incomodava pra caramba. Viajei de lua de mel e quando voltei, depenei ela inteira, comprei um garfo tange cantilever novo e pedi ao Vinicius (Dinâmica bicicletas) para alinhar o quadro e soldar os brazed ons para freio cantilevers.
Tive a brilhante ideia de querer converter um grupo shimano que é preto para polido, afim de deixar a magrela com a melhor estética neo-retro velo possível. Isso se deu por causa de um perfil que encontrei no facebook do Chris Howard, que trabalha com polimento e faz essas conversões de grupos modernos para polidos. Aí lá vai eu fazer o mesmo com o coitado do sora:
Essa parte do polimento merece um post à parte, mas resumindo, foi um trabalho de idiota que provavelmente eu vou fazer novamente. Terminado isso, começou a montagem. Não teve muito drama, pois ela já tinha sido montada com as mesmas peças, porém tudo fora do “dress code”.
Finalmente, ela terminada:
Depois da saga eterna, a última coisa foi esperar chegar o farol dínamo que comprei pelo eBay. Tenho as peças originais dela e vivo um dilema: montar uma bike com tudo pra colocar à venda ou guardar? Ambas opções, tentadoras. Mas está aí, pronta, linda para eventos e continuo usando no dia a dia, mas agora ela aguenta o tranco. Teve um monte de detalhes ainda (padrões de rosca etc) que não mencionei, mas já está bom de textão. Espero que tenham gostado 😉